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ME REZA, ME BENZE, BENÇA MÃE!

O ensaio “Me reza me benze, bença mãe!”, surge em plena situação pandêmica, onde pela convivência diária por conta da quarentena, vem aproximando, as mulheres da minha família, trazendo a tona minha mãe como uma Griot, uma perpetuadora da sua ancestralidade. O que me faz retomar e investigar a ancestralidade das matriarcas que estiveram aqui antes de nós.

A partir das histórias contadas por minha mãe, faço uma viagem, que me transporta para os momentos de rituais, rezas e mandingas, que no meu imaginário se tornam  momentos fantásticos de entrega espiritual, amor, troca e poesia. Com isso, surge o desejo de refazer esses momentos, trazendo as características do passado, com interferências do presente, e nos aceitando enquanto futuro. 

Realizo esse ensaio com minha mãe Adriana Moreira e minha irmã Aline Moreira, dentro de uma perspectiva ancestral. Utilizo como técnica as memórias e oralidade onde  faço uma trajetória no tempo, com uma idealização afrofuturista, entendendo que para estar dentro desse âmbito, é preciso ter passado, presente e futuro na narrativa, resultando em retratos da história viva. Elas estão no presente revivendo as memórias do passado e começam a se entender como ancestrais do amanhã.

Esse ensaio é sobre minha visão das minhas antepassadas e como refletem em nós, e a importância de manter esses rituais vivos, perpetuando a nós mesmas, para as que estão por vir saibam para onde irão.

Além de carregar todo carinho, afeto e amor que transbordam entre nós,  estou presente nessas imagens, meu olhar transcende nas capturas. Nos conectamos, e elas puderam se enxergar enquanto mulheres lindas e ancestrais, através das lentes.